27 de abril de 2009

impressão do público


Auto da Defunta Nua
17/04/2009
Por Priscila Armani




http://www.opperaa.com/nota.php?idnoticias=764&categoria=cenicas



Auto da Defunta Nua

Aviso aos desatentos: o Auto da Defunta Nua exige estômago. Não digo isso no mal sentido não. Digamos que um certo apetite luxurioso é necessário.

Isso graças a duas personagens principais. A primeira é Janine Corrêa. No palco do Espaço dos Satyros Um, ela é uma estrela em meio à escuridão.

É a defunta do título da peça. Mas não poderia estar mais viva. Sua atuação é visceral, provocativa. Impossível ficar indiferente ao seu strip tease. Sexy, triste, degradante.

O outro personagem, na verdade, é autor. Mas também se faz espetáculo. Onipresente, Sérgio Sant´Anna está com Janine quando ela dá vida ao seu "Rascunho para um bilhete de suicida" e também a acompanha na morte, em vídeo, quando declama ele mesmo a "Oração a uma jovem defunta nua".

Merece destaque a iluminação especialmente pensada para criar o clima certo. O palco é escuro, a única iluminação provém do projetor e das luzes no caixão e na beira do palco, que lembram os ambientes de velório, parcialmente iluminados por vela.

Detalhe engraçado e indispensável: durante o velório, acontece a degustação de uma massa italiana. O público interage e, literalmente, testa seu apetite.

12 de abril de 2009

AUTO DA DEFUNTA NUA






No AUTO DA DEFUNTA NUA, SÉRGIO SANT´ANNA contracena, em vídeo, com a atriz Janine Corrêa (“Melhor Atriz” - Festival de Gramado e “Menção Honrosa” - Festival de Brasília).

Textos de Pirandello e Sérgio Sant'Anna
Dramaturgia, Composição Cênica e Direção: Maurício Paroni de Castro
con Janine Corrêa e Bruno Kott
Participação especial de Sérgio Sant'Anna, Téo Barossi e Esperança Motta
Fotos de Bruno Zorzal
Música de André Sant´Anna , Bach, Helô Ribeiro, Pachelbel e Vanessa Bumagny

Uma personagem provoca o seu próprio criador ao fazer um strip tease, momentos antes de seu suicídio. O autor vela e louva a sensualidade do cadáver. Ele continua a trama até pressentir-se o vilipêndio iminente, mas a atriz encontra um modo de libertar-se de sua obra e do assédio que isso representa.

De 17 de Abril até 30 de Maio
Sextas-feiras e Sábados às 23:59

Duração: 55 minutos
Não recomendável para menores de 18 anos



Espaço dos Satyros I
Praça Roosevelt, 214, Telefone: 3258 6345
Ingressos: R$20 e R$10

Durante o velório, haverá degustação de uma receita italiana mediante o pagamento de R$15.





http://www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id=3791#texto

http://www.youtube.com/watch?v=jp9mr-EEKxQ

http://www.youtube.com/watch?v=6ntPUHcOfws

Vídeos: Renato Rosati

SÉRGIO SANT’ANNA é carioca, nascido em 1941, iniciou sua carreira de escritor em 1969, com os contos de “O Sobrevivente”, livro que o levou a participar do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos EUA.

Recebeu o prêmio Jabuti por quatro vezes, com “O Concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro” (1982), “Amazona” (1986), o último por “O vôo da madrugada”, que ganhou o APCA de contos e o segundo lugar no Prêmio Portugal Telecom 2004. Suas publicações incluem ainda “Notas de Manfredo Rangel, Repórter” (1973), “Confissões de Ralfo” (1975), “Simulacros” (1977) e “A Tragédia Brasileira” (1987).

Pela Companhia das Letras, editou “A Senhorita Simpson” (1989), “Breve História do Espírito” (1991), “O Monstro” (1994), “Contos e Novelas Reunidos” (1997), “O vôo da madrugada” (2003), entre outros. Em 2005 a Companhia das Letras relançou seu livro preferido “A Tragédia Brasileira” e estreou em festivais a adaptação de seu “Um Crime Delicado”, dirigido por Beto Brant.

2 de abril de 2009

O MANUFACTURA ADERE AO MOVIMENTO 27 DE MARÇO



O ATELIER ADERE AO MOVIMENTO 27 DE MARÇO.
PUBLICAREMOS NESTE BLOG TODAS AS COMUNICAÇÕES SOBRE OS ENCONTROS E DEMAIS MANIFESTAÇÕES. ENTENDEMOS ESTA A MELHOR FORMA DE LUTAR POR UMA POLITICA CULTURAL MAIS DECENTE PARA O NOSSO PAÍS.

Na próxima quarta-feira, dia 01/04, às 20h, na sede da Cia. Antropofágica - Espaço Pyndorama - Rua Turiaçu, 481 – Perdizes - Telefone 11 3871-0373 ocorrerá mais um encontro do Movimento 27 de março.

Na próxima quinta-feira, dia 02/04, às 14h, na FUNARTE (Alameda Nothmann, 1.058 - Campos Elíseos), ocorrerá o 1º encontro para um diálogo aberto e transparente do Movimento 27 de março com representantes do Ministério da Cultura.

Assessoria de Imprensa :
Osvaldo Pinheiro - 8121-0870
Rafael Ferro – 8183-6887
asessoria.movimento27demarco@gmail.com
Affonso Lobo - 9748-1629





CARTA ABERTA AO MINISTÉRIO DA CULTURA



Hoje, no Dia Mundial do Teatro, nós, trabalhadores de grupos teatrais de São Paulo organizados no Movimento 27 de Março, somos obrigados a ocupar as dependências da Funarte na cidade. A atitude extrema é provocada pelo falso diálogo proposto pelo governo federal, que teima em nos usar num debate de mão única. Cobramos, ao contrário, o diálogo honesto e democrático que nos tem sido negado.



O governo impõe um único programa: a transferência de recursos públicos para o marketing privado, o que não contempla a cultura mas grandes empresas que não fazem cultura. E se recusa, sistematicamente, a discutir qualquer outra alternativa.



Trocando em miúdos.



O Profic – Programa de Fomento e Incentivo à Cultura, que Vv. Ss. apresentam para discussão como substituto ao Pronac, que já existe, sustenta-se sobre a mesma coisa: Fundo Nacional de Cultura – FNC, patrocínios privados com dinheiro público (o tal incentivo/renúncia fiscal que todos conhecem como Lei Rouanet) e Ficart – Fundo de Investimento Cultural e Artístico.



Ora, o Fundo não é um programa, é um instrumento contábil para a ação dos governos. Já o Ficart (um fundo de aplicação financeira) e o incentivo fiscal destinam-se ao mercado, não à cultura. O escândalo maior está na manutenção da renúncia/incentivo fiscal, a chamada Lei Rouanet, que o governo, empresas e mídia teimam em defender e manter.



O que é a renúncia ou incentivo fiscal? É Imposto de Renda, dinheiro público que o governo entrega aos gerentes de marketing das grandes empresas. Destina-se ao marketing das mesmas e não à cultura. É o discurso que atrela a cultura ao mercado que permite esse desvio absurdo: o dinheiro público vai para o negócio privado que não produz cultura e o governo transfere suas funções para o gerente da grande corporação. Diminuir a porcentagem dessa transferência ou criar normas pretensamente moralizadoras não muda a natureza do roubo e da omissão do governante no exercício de suas obrigações constitucionais. Não se trata de maquiar a Lei Rouanet (incentivo fiscal); trata-se de acabar com ela em nome da cultura, do direito e do interesse público, garantindo-se que o mesmo dinheiro seja aplicado diretamente na cultura de forma pública e democrática..



Assim, dentro do Profic, apenas a renúncia fiscal pode se apresentar como programa, um programa de transferência de recursos públicos para o marketing privado, em nome do incentivo ao mercado. Trata-se, portanto, de um programa único que não vê e não permite outra saída, daí ser totalitário, autoritário, anti-democrático na sua essência.



E é o mesmo e velho programa que teima em mercantilizar, em transformar em mercadoria todas as atividades humanas, inclusive a cultura, a saúde e a educação, por exemplo. Não é por acaso que os mesmos gestores do capital ocupam os lugares chaves na máquina estatal da União, dos Estados e Municípios, coisas que conhecemos bem de perto em nosso Estado e capital, seus pretensos opositores.



E esse discurso único não se impõe apenas à política cultural. É ele que confunde uma política para a agrícultura com dinheiro para o agronegócio; que centra a política urbana na construção habitacional a cargo das grandes construtoras; e outra coisa não fazem os gestores do Banco Central que não seja garantir o lucro dos bancos. Não há saída, não há outra alternativa, os senhores continuam dizendo, mesmo com o mercado falido, com a crise do capital obrigando-os a raspar o Tesouro Público no mundo todo para salvar a tal competência mercantil.



Pois bem, senhores, apesar do mercado, nós existimos. Somos nós que fazemos teatro, mas estamos condenados: não queremos e não podemos fabricar lucros. Não é essa a nossa função, não é esse o papel do teatro ou da cultura. Nós produzimos linguagens, alimentamos o imaginário e sonhos do que muitos chamam de povo ou nação; nós trabalhamos com o humano e a construção da humanidade. E isso não cabe em seu estreito mundo mercantil, em sua Lei Rouanet e seu programa único.



Nós somos a prova de que outro conceito de produtividade existe. Os senhores continuarão a tratar o Estado e a coisa pública apenas como assuntos privados e mercantis? Continuarão a negar nosso trabalho e existência? Continuarão a negar a arte ou a cultura que não se resumem a produtos de consumo?



Por isso, além do FNC, exigimos uma política pública para a cultura que contemple vários programas (e não um único discurso mercantil), com recursos orçamentários e regras democráticas, estabelecidos em lei como política de Estado para que todos os governos cumpram seu papel de Poder Executivo.



É esse diálogo que os Senhores se negam, sistematicamente, a fazer enquanto se dizem abertos ao debate. Debate do quê? Do incentivo fiscal. Mas nos recusamos a compartilhar qualquer discussão para maquiar a fraude chamada Lei Rouanet.



Queremos discutir o Fundo. Mas queremos, também, discutir outros programas e oferecemos, novamente, o projeto de criação do Prêmio Teatro Brasileiro como um ponto de partida. Os Senhores estão abertos a este diálogo?



Movimento 27 de Março

São Paulo, Dia Mundial do Teatro e do Circo