27 de abril de 2009

impressão do público


Auto da Defunta Nua
17/04/2009
Por Priscila Armani




http://www.opperaa.com/nota.php?idnoticias=764&categoria=cenicas



Auto da Defunta Nua

Aviso aos desatentos: o Auto da Defunta Nua exige estômago. Não digo isso no mal sentido não. Digamos que um certo apetite luxurioso é necessário.

Isso graças a duas personagens principais. A primeira é Janine Corrêa. No palco do Espaço dos Satyros Um, ela é uma estrela em meio à escuridão.

É a defunta do título da peça. Mas não poderia estar mais viva. Sua atuação é visceral, provocativa. Impossível ficar indiferente ao seu strip tease. Sexy, triste, degradante.

O outro personagem, na verdade, é autor. Mas também se faz espetáculo. Onipresente, Sérgio Sant´Anna está com Janine quando ela dá vida ao seu "Rascunho para um bilhete de suicida" e também a acompanha na morte, em vídeo, quando declama ele mesmo a "Oração a uma jovem defunta nua".

Merece destaque a iluminação especialmente pensada para criar o clima certo. O palco é escuro, a única iluminação provém do projetor e das luzes no caixão e na beira do palco, que lembram os ambientes de velório, parcialmente iluminados por vela.

Detalhe engraçado e indispensável: durante o velório, acontece a degustação de uma massa italiana. O público interage e, literalmente, testa seu apetite.

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